Unidos por Dakar
Numa capital onde crianças e adolescentes de rua são denominados “talibês” e considerados perigosos, a Fraternidade sem Fronteiras chega para chamá-los pelo nome. Em Dakar, no Senegal, nosso movimento fraterno uniu-se à Chemin Du Futur, uma instituição que como inspira a tradução “Caminho do Futuro”, trabalha para dar dignidade a jovens que vivem nas ruas.
Um número que não é pouco. Estima-se que pelo menos 30 mil meninos não tenham um lar em toda a região de Dakar. Segundo a ONU, este é o maior fenômeno de crianças de rua do mundo.
A 40 quilômetros de distância do centro da cidade, está o orfanato Chemin Du Futur. Quando os adolescentes chegam, estão doentes e desnutridos a ali passam a ter um lar, alimentação, escola, atendimento à saúde, profissionalização e recreação. Hoje, são 21 crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos atendidos.
A rotina deles é de levantar cedo, tomar café da manhã e às 7h, estarem na escola. No período da tarde, eles recebem o almoço no orfanato e também aulas de reforço escolar, ministrada por monitores, diariamente.
No Senegal, os dias terminam com esporte, numa área pública, perto do orfanato, os adolescentes jogam futebol e dentro de casa, se vê que a música é companheira dos jovens. São vários os instrumentos que circulam pelos cômodos. Violões e atabaques em maioria.
Em junho, um dos voluntários da Fraternidade sem Fronteiras, Ranieri Dias, esteve acompanhando os garotos e principalmente o crescimento deles.
“É notória a reverência da vizinhança com as crianças assistidas. Pude ouvir relatos que no passado elas eram motivo de medo e preconceito, consideradas perigosas por terem sido parte do fenômeno talibês e, de modo muito ostensivo, já não se tem esta visão hoje “, descreve.
O trabalho fraterno continua no Senegal e o coração do projeto é o apadrinhamento de R$ 50,00 por mês.