“O único remédio que tomamos é a palavra chamada amor.” Essas são palavras de Claudiney Dias da Silva, que hoje trabalha com instalação e manutenção de ar-condicionados, mas que já se enveredou pelos caminhos das drogas e precisou de muita força de vontade e apoio de pessoas especiais para se livrar do vício e construir um caminho melhor para seu futuro.
No propósito de transformar vidas, a Fraternidade sem Fronteiras, em 2018, se juntou à Clínica da Alma, que existe desde 2007, em Campo Grande (MS), a fim de dar oportunidade para que dependentes químicos em situação de rua possam ter esperança de uma vida diferente. Entre tantas histórias de transformação por meio do amor, está a de Claudiney, que contou com o amor de pessoas especiais: pastor Milton, fundador da Clínica da Alma, sua esposa, Zilda Martins, e outras tantas que apareceram em seu caminho e o abraçaram com generosidade e compreensão.
Ele conta que conheceu a Clínica da Alma por meio de uma terceira pessoa e que no início do tratamento não foi nada fácil, contudo, o método usado na recuperação foi essencial para favorecê-la, pois, não se usam remédios e outros processos químicos ou intervencionais, mas, sim, é um tratamento dado com muito amor, atenção e carinho, voltado para a espiritualidade e religião.
Claudiney ficou residente na Clínica por dois anos e foi lá também que conheceu sua esposa, que à época fez uma visita ao local. O casamento aconteceu enquanto ainda fazia o tratamento, mas, logo em seguida, saiu de lá totalmente recuperado do vício, empregado e casado, com condições de reiniciar com o viver voltado para família e para Deus.
Os dois estão juntos há sete anos e, quando formou sua família, um dos voluntários da Clínica deu a ele de presente um emprego: oportunidade que precisava para transformar de vez sua vida. Permaneceu como motorista desde então e, em setembro de 2019, abriu uma empresa própria para trabalhar com manutenção e refrigeração de ar-condicionados.
A ideia de mudar de ramo profissional foi impulsionada pela vontade de ter mais tempo para se dedicar às obras da religiosidade e na Clínica, pois, sua fé em Deus foi o que o possibilitou ter uma vida diferente. “Na nossa igreja, o pastor Milton Marques sempre nos ensinou que os homens que servem a Deus são corajosos e ousados, homens de fé. E que com Deus você pode tudo.”, declara.
Neste momento, Claudiney precisou ter coragem, tendo em vista que não tinha curso técnico na área de refrigeração, mas, sempre com o apoio de pessoas dispostas a estender a mão, teve aulas com um outro membro da igreja que o ensinou o básico para que começasse a trabalhar e, agora ele dá a mesma oportunidade para quem precisa.
“Hoje, com seis meses na área, já trabalho sozinho e quando necessário dou a oportunidade para outros internos que estão na casa vencendo, tendo a oportunidade de aprender uma profissão”, conta.
Dentro disso, ele quer ampliar esse trabalho, porque a pretensão para o futuro é terminar o curso de refrigeração e dar aulas para os residentes da instituição para que saiam de lá com uma oportunidade de ingresso no mercado de trabalho.
“Assim como eu tive a oportunidade em todos os aspectos, acho que meu dever, hoje, é dar oportunidades. Aliás, somos filhos da oportunidade.”
Dessa forma, a corrente da fraternidade segue seu fluxo natural, em que uma ação generosa muda os rumos da vida de alguém, dando a ela oportunidade de também transformar a vida de outras pessoas que também precisam de mãos estendidas.
Quer nos ajudar a continuar tendo condições de dar esperança para mais vidas? Conheça nosso projeto Fraternidade na Rua e apadrinhe essa causa!