Colaboração: Laureane Schimidt
De forma emocionada e categórica, Junior Zamariolli afirma o que uma viagem foi capaz de provocar em sua vida. E nem era para que este aventureiro das boas causas estivesse na Ilha africana de Madagascar, em novembro do ano passado.
O destino, até então, seria também africano, em Uganda, para uma missão de ajuda aos projetos que oferecem apoio à mulheres vítimas de estupro. Mas o pedido de uma amiga mudou a rota.
“Lelê é voluntária da Fraternidade sem Fronteiras, em Madagascar, e ela foi quem me fez o pedido para que eu fosse conhecer a comunidade acolhida pela FSF. E tentar ajudá-los de alguma maneira. Fiquei interessado e conversei com Wagner (presidente da FSF). Ele comentou que já haviam tentado cavar um poço, mas que não deu certo. Decidi então ir conhecer Madagascar”, detalha, Junior, sobre a decisão.
Junior é o diretor no Brasil de uma organização americana, a WaterisLife, que oferece soluções em água potável para regiões onde não tem. No Brasil, já foram feitas duas missões, uma em Santos – litoral paulista – e outra na Amazônia. “Nós vamos em uma missão de aventura, e em voos com paramotores, sobrevoamos a área para fazer um levantamento das condições de clima, solo, da geografia e geologia do lugar para ver como podemos ajudar”, explica. Além disso, tudo é gravado para ser produzido um documentário. Madagascar virou o Missão África, com seis episódios, disponível no canal do Youtube.
Para as famílias acolhidas pela Fraternidade sem Fronteiras, em Madagascar, Junior e o outro colega piloto doaram 100 filtros portáteis. “Foi uma ação emergencial até que a gente pudesse apresentar uma solução definitiva. Por este filtro, a água imprópria para o consumo entra e recebe um eletrochoque e sai limpa, pronta para beber”, explica Junior, que também ressalta “a solução para Madagascar é uma captadora de umidade movida a energia solar. Ela irá captar toda a umidade do ar durante à noite e entrega água durante o dia”.
Ele que foi para tentar resolver um problema, voltou transformado pelo o que encontrou por lá. Junior descobriu que a esperança está em um dos locais menos prováveis do mundo. No meio de crianças passando fome, sem ter o que vestir, comer, beber e onde morar, elas dão uma lição de vida! “As crianças não tendo nada, podem te dar esperança sobre o amanhã ser melhor. Isso me marcou profundamente. Como pode, elas não tendo nada, nos ajudam tanto? Elas tem esperança muito maior que nós!”, relembra emocionado.
“Eu já fiz outras missões, já tinha conhecido outras Ong’s. Mas em nenhuma eu vi tanto carinho e cuidados iguais aos dados pela FSF às crianças. Foi uma mudança de mundo. E se eu pudesse, eu levaria milhares de pessoas para lá. A gente iria conseguir mudar o aspecto de um país” finaliza.