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Madagascar pede socorro

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O relógio já marcava mais de meio-dia em Ambovombe, ao sul da ilha de Madagascar, enquanto panelões cozinhavam refeições. O alimento teve de ser triplicado para atender às famílias que aguardavam dentro e fora do centro de acolhimento, sede da Fraternidade Sem Fronteiras na região.

As boas novas de que ali tinha comida se espalharam rapidamente e a média de atendimento feita pela caravana saltou de 350 por dia para 1 mil. Era esta a estimativa e o desejo dos voluntários, de servir um prato de alimento a todos que esperavam.

“É muito maior que o normal. Acreditamos que tenha sido pelo fato de que o trabalho da caravana da Fraternidade, realizado nos dias, tenha repercutido”, acredita o advogado caravaneiro Lúcio Rômulo Soares.

Enquanto aqui ainda era manhã, em Ambovombe já era começo de tarde. São 7h de diferença de fuso horário de Madagascar para Mato Grosso do Sul. “Esta parte da casa que normalmente fica vazia, todos podem perceber como está uma multidão toda sentada dentro do terreno da casa. É um coletivo que está esperando para ser alimentado”, descreve Lúcio na transmissão ai vivo feita pelo Facebook da Fraternidade.

Crianças com desnutrição aguda, tuberculose, pneumonia, infecções de pele e ouvido e em desidratação, além de uma miséria extrema que deixa famílias reféns da chuva até para tomarem água. É este o cenário que a caravana da ONG Fraternidade Sem Fronteiras está encontrando em Madagascar.

Os 22 voluntários de vários estados do País chegaram ao Sul da ilha no dia 2 de junho com ajuda humanitária a famílias que vivem em sete aldeias da Província de Ambovombe, uma das mais atingidas pela seca.

A meia tonelada de doações de roupas e calçados levada daqui se esgotou rapidamente. Além de alimentar e vestir, o grupo formado por nove médicos e uma dentista está prestando atendimentos. Nos primeiros quatro dias, 1.012 crianças foram atendidas, 90% delas estão com desnutrição.

Presidente da Fraternidade Sem Fronteiras, Wagner Moura Gomes, tenta traduzir em palavras o que a caravana tem visto nos últimos dias. “A realidade da fome aqui é muito grande, muito grande. A maior parte da população de Ambovombe, que são 60 mil pessoas, veio de aldeias devido à fome. Eles vieram para a cidade e não tem comida para todo mundo. Vamos cozinhar o dia inteiro para pelo menos hoje distribuir alimentos para todos”, fala.

A Fraternidade quer estabelecer um trabalho de conseguir distribuir 10 mil refeições por dia neste momento humanitário tão difícil na região. “Por isso precisamos do apoio de todos os padrinhos, a fim de que consigamos multiplicar este trabalho de Fraternidade”.

Há duas formas de ajudar Madagascar: apadrinhamento da ação Fome e Sede Madagascar e através de doações de roupas. O apadrinhamento consiste na doação mensal de R$ 50,00 por cota para alimentar famílias que enfrentam uma das maiores secas já registradas em todo o mundo.

Até dia 30 de junho, voluntários da FSF estão em uma grande campanha de arrecadação de roupas, calcinhas, cuecas, chinelos e outros, novos ou em bom estado de conservação. As doações atravessarão o mar, em container, e serão entregues a crianças e adultos.

Mobilize amigos, familiares, a comunidade na sua cidade, reúna as doações e entre em contato com os voluntários da central de recolhimento para combinar a forma de envio: Artur (19) 9158 9303 (Campinas/SP); Endel (19) 9.9919.6937 (Americana/SP).

Caso você esteja em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, nossos voluntários são:
Ameng (31) 33325293 – MG
Lenita (21) 97941-5333 – RJ
Satyaki (62) 9969-1244 – GO.

Em Campo Grande, a central de doações fica na própria sede da Fraternidade Sem Fronteiras, na Rua das Garças, 2512, bairro Santa Fé.

Abrace Madagascar, nenhuma seca pode ser maior que a fraternidade no coração humano.

Doações que chegaram do Brasil vestiram famílias inteiras. Muitas crianças nunca tinham vestido roupinhas novas e adequadas ao seu tamanho.

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