A convite da ONG, Nenão, um dos grafiteiros renomados do Brasil, compartilhará conhecimentos e a brasilidade dos traços no Zentrum Paul Klee, em novembro
Por Tathiane Panziera, assessoria de imprensa
No dia 06 de novembro, a arte de rua chegará a um dos mais tradicionais museus da Suíça – o Zentrum Paul Klee – onde será realizado o Workshop Grafite Suíça promovido pela Organização Humanitária Fraternidade Sem Fronteiras. Os interessados aprenderão técnicas com o grafiteiro Gustavo Bordin, mais conhecido como Nenão.
Natural de Campinas/São Paulo, o artista transforma com seus traços e cores as ruas por onde passa, já são 39 na lista. As ruas, inclusive, são para Nenão uma galeria a céu aberto “o grafite por ser uma arte livre de espaços públicos gera reflexão sem você precisar pagar um bilhete, um ticket, um ingresso para visitação. Isso eu acho muito bacana do grafite”.
Nenão começou a grafitar muito cedo. Hoje, 25 anos depois, suas intervenções ganharam toques de “Urban Fine Art”. “Ela foi muito mais para uma linha de fine art. Hoje não acho que é muito aquele grafite de street art nada nessa linha. Fica um negócio acho que mais fino né?”, explica.
Talvez por isso, as intervenções do grafiteiro tenham chamado atenção de pessoas como Michele Obama. Em 2014, Nenão foi um dos nomes da exposição “Taking Back the Streets” promovida pela então primeira-dama dos EUA.
Desde então, a agenda do campineiro tem sido dividida entre Brasil e o mundo. Nenão viaja em outubro para Londres, Barcelona e Suíça, onde ele ministrará o workshop a convite do Núcleo da ONG Fraternidade sem Fronteiras no país.
O Workshop – Promovido pelo Núcleo da Fraternidade sem Fronteiras na Suíça, o workshop tem a missão de “mostrar a arte, a solidariedade e a responsabilidade social brasileira através do trabalho da Fraternidade sem Fronteiras e do grafite do Nenão”, afirma Rejane Hostettler, coordenadora da Fraternidade sem Fronteiras na Suíça.
Nenão conta que houve uma evolução na forma como o grafite é visto hoje. Das ruas, ele tem ocupado museus e provocado o debate sobre o que é a arte e o poder que ela tem de transformar a visão de mundo. “O grafite é uma linguagem artística mais descontraída, jovem. Em alguns países o grafite é marginalizado. Eu não sei o porquê, mas era como se ele fosse visto como uma pichação, eles tem uma visão diferente das coisas. Para mim, o workshop dentro de um museu é uma coisa bacana. Eles terão uma oportunidade de entenderem o que é Street Art”, espera conta o campineiro.
O workshop é um dos caminhos para esta transformação. O evento será aberto para o público em geral e a ideia é fazer algo em módulos, “inserir mesmo um pouco das técnicas do grafite, como manusear um spray, tirar traços. Para ir avançando a mistura das cores, ter o domínio do spray para ter o domínio do grafite”, explica o grafiteiro.
Esta é a primeira vez que ele realiza um workshop na Suíça e o desafio maior fica por conta do idioma. “Eu só dou uma arranhada no italiano, meu negócio é inglês e espanhol. Vai ter um tradutor no local que fala o alemão que é a língua mais falada”, finaliza.
O Workshop será realizado no espaço Creaviva, que é pensando para que todos possam explorar as habilidades artísticas e expressão de maneira criativa, incentivadas por artistas, como o grafiteiro brasileiro.
O Zentrum Paul Klee – é um museu dedicado ao artista Paul Klee, considerado um dos mais importates do século XX. O artista plástico e poeta suíço tem obras de arte situadas no surrealismo, cubismo e expressionismo três importantes movimentos artísticos. A estrutura do Museu chama a atenção pelas ondas, desenhadas pelo arquiteto italiano Renzo Piano. No interior, estão abrigadas mais de 4 mil obras de Paul Klee.
Serviço – Os interessados podem fazer a inscrição para o workshop até o dia 05 de novembro pelo e-mail: fraternidadesemfronteiras.ch@