África Subsaariana onde a ONG concentra suas ações é uma das regiões do mundo que mais sofrem pela falta de d’água
Por Tathiane Panziera/Assessoria de Imprensa FSF
Água é a fonte de vida, todos sabemos. É o elemento que compõe grande parte do corpo humano, algo em torno entre 70 a 75%. Cabe ressaltar também que ela está presente em 70% do planeta Terra. No entanto, toda essa abundância não chega a algumas regiões do mundo como a África Subsaariana, onde atua a ONG Fraternidade sem Fronteiras (FSF).
Segundo Wagner Moura, idealizador e presidente da ONG, em Moçambique, por exemplo, é comum ver mulheres com filhos nas costas seguirem caminhando quilômetros em busca de água. Realidade semelhante também é encontrada em Madagascar.
Moura, em visita às comunidades atendidas pela FSF, em meados de janeiro de 2020, falou sobre a perfuração de poços e o quanto eles trazem significativas melhorias para as aldeias. “Aqui em Madulo, um dos impactos importantíssimos da Fraternidade foi a perfuração do poço, eu lembro que a gente tinha que caminhar muito tempo para chegar até um pocinho de água suja e hoje tem água para a comunidade toda. Atendendo 247 famílias, servindo em média 100 litros de água para cada uma delas”.
Saúde e alimentação – Entretanto, os dados da realidade africana levantados pela WaterAid, mostram que ainda há muito a ser feito. De acordo com o relatório publicado em 2019, o acesso médio aos serviços de saneamento básico, abastecimento de água potável e esgoto sanitário, na África Subsaariana, foi de apenas 28% (dados de 2015).
O mesmo relatório apontou que, pessoas pobres em países de renda baixa e média normalmente gastam de 5 a 25% de sua renda em água para suprir suas necessidades básicas (média de 50 litros por pessoa diariamente). E em certas partes de Madagascar algumas pessoas gastam mais da metade de sua renda para comprar água de fornecedores. Isto considerando que estas pessoas possuem alguma renda.
Já o relatório da Who/Unicef, publicado em 2017, aponta que dos 844 milhões de pessoas atualmente sem serviços básicos de água potável, 263 milhões de pessoas (4% da população) gastam mais de 30 minutos em viagens de ida e volta coletando água de uma fonte melhorada e quase 60% deste último grupo vive na África Subsaariana.
E onde há escassez de saneamento básico existe o consumo de água suja, e consequentemente é grande o índice de problemas de saúde como a mortalidade infantil causada pela diarreia. Outro problema recorrente causado pela falta de água/saneamento é a Tungíase ou a doença do bicho-de-pé que pode ter como resultado até a amputação de membros (mãos e pés das crianças).
A escassez de água desencadeia a desnutrição de crianças, jovens e adultos das comunidades. Já que sem ela, não é possível plantar para comer.
Levando água para as comunidades – Como uma das preocupações constantes da FSF é a transformação social, logo a perfuração de poços artesianos foi uma das soluções levadas pelos voluntários para regiões da África Subsaariana (vilas em Madagascar e em Moçambique) que necessitam de abastecimento de água.
Assim, em 2015, a ONG Fraternidade sem Fronteiras deu início às perfurações de poços artesianos nas aldeias de Moçambique para ofertar água limpa à comunidade. A chegada da água permitiu o início do plantio agroecológico garantindo a autossustentação alimentar do projeto “Acolher Moçambique”. Isto é, o que for produzido por lá irá alimentar as crianças da comunidade.
O resultado é a Fraternidade Sem Fronteiras já perfurou 12 poços artesianos nas regiões de extrema miséria, na África Subsaariana. E para expandir a iniciativa a ONG divulgou, em 2019, durante o III Encontro da Fraternidade sem Fronteiras, a campanha “Água África”. A intenção é perfurar mais poços artesianos onde a FSF atua levando o recurso natural para mais comunidades africanas.
A Campanha Água África
A campanha “Água África” arrecada doações únicas ou mensais, por meio do cartão de crédito e o valor inicial é de R$ 20. Ao contrário das campanhas para construção de escolas, a campanha não tem um valor estipulado como meta final porque não há como prever os gastos com exatidão.
Isto acontece porque o custo para a perfuração de um poço artesiano varia conforme a profundidade da água. Contudo, a ONG já realizou obras e está sempre aprimorando o processo para levar água para as comunidades. Por isso, trabalha seguindo um roteiro que define as etapas do processo sendo ele:
- Contratação do estudo geológico para identificar a área a ser perfurada;
- Definição de orçamento: pode variar conforme característica da região e subsolo;
- Contratação de empresa para o serviço e definição de prazo para entrega da obra;
- Perfuração do poço com supervisão de coordenadores da FSF e presença de padrinhos suíços voluntários.
Quem se interessar em participar da campanha pode acessar a página: https://fraternidadesemfronteiras.colabore.org/aguaafrica