A Fraternidade sem Fronteiras é um movimento que ganhou força graças a muitos corações dispostos a fazer o bem ao próximo. Um desses corações é o do DJ Alok, que há dois anos abraçou a causa e tem participado efetivamente desse sonho por um mundo melhor. E foi por isso que na madrugada dessa sexta (13) para sábado (14), Alok desembarcou na Capital sul-mato-grossense para um show na Expogrande 2018, e aproveitou a vinda para conversar e contar sua história com a Fraternidade, que foi fundada e mantém sua sede aqui em Campo Grande.
Movido por um questionamento interno, Alok quis conhecer mais sobre o projeto da FSF quando entendeu que sua missão no mundo não era adquirir bens materiais. Ao realizar isso e ao conhecer melhor sobre a Fraternidade, ele logo embarcou para Moçambique, onde conheceu um dos nossos centros de acolhimento. “Quando eu cheguei lá fiquei apavorado. Parece que você tenta ajudar e ai você olha e tem sempre mais e mais e mais pra fazer. Porém depois, você começa a perceber que não vai mudar o mundo todo de uma vez, mas vai mudar o mundo deles, e isso já é uma mudança enorme”, contou ele.
Alok que já viajou para a África duas vezes, lembra e guarda momentos especiais, um deles é com a vovó Amélia, uma senhora que costumava amarrar a barriga para não sentir fome. “Quando aderimos ela ao projeto, ela estava cega e com muita fome e ai quando voltei lá depois de dois dias, ela me disse que estava muito feliz e não era só pelo alimento, mas sim pela presença de pessoas, todos os dias, levando esse alimento pra ela. Ou seja, a sua alma também precisava ser alimentada”. Ao voltar a Moçambique ano passado Alok reencontrou uma senhora bem diferente “ela fez uma cirurgia e voltou a enxergar, era só uma catarata, e ai quando ela me viu pela primeira vez foi uma coisa muito forte, mexeu muito comigo aquele momento”, conta ele, que continua, “eu era um cara que julgava muito a existência de Deus. Pensava coisas como: se Deus existe, porque é que tem fome na África? Quando eu cheguei lá, senti muito claro que aquele povo só está resistindo até hoje porque tem a presença de Deus”.
Em sua mais recente viagem a África, Alok e seu irmão Bhaskar gravaram e produziram um CD com cantos africanos. Toda a renda será revertida para os projetos da Fraternidade sem Fronteiras. “Agora que eu sei o que é o projeto e que eu posso ajudar, parece que eu penso mais, sinto mais, e me cobro mais. Quanto mais eu entro no projeto, mais eu sinto que posso fazer”, comentou ele.
E pode mesmo, não só fazer como agregar pessoas a esse movimento de amor. “Eu tento sempre passar uma mensagem boa por trás das coisas que eu faço. O sucesso pode ser uma grande armadilha. A primeira coisa que eu me preocupo é que isso não pareça vaidade e eu acredito que as pessoas aderem a causa justamente porque veem verdade por trás”, reflete ele.