Os voluntários ensinaram técnicas de corte de cabelo, depilação e informática a 71 jovens de Muzumuia

Por Fládima Christofari – Assessoria de Imprensa Sede FSF

Voluntários da Caravana Sonhar sem Fronteiras, uma ação da Organização Humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), retornaram nesta semana ao Brasil após passarem dez dias no Centro de Acolhimento Muzumuia – unidade modelo da FSF – em Moçambique. A caravana é composta por oito voluntários de São Paulo e de Minas Gerais, que se dedicaram em uma semana ao ensino de cursos rápidos para capacitar profissionalmente jovens entre 14 e 21 anos daquela região.

Uma das caravaneiras foi a cabeleireira Andréia Cristina Ferreira Fonseca, de Itaúna (MG), que ensinou técnicas de corte de cabelo aos meninos e de depilação com linha às meninas. A voluntária se emociona ao lembrar o quanto se esforçou para estar nesta caravana. “No primeiro momento eu não tinha o dinheiro para vir e aí eu decidi rifar um conjunto de joias que eu tinha”. Com uma extensa campanha na cidade de aproximadamente 85 mil habitantes, ela conseguiu arrecadar o montante que precisava. Mas, os desafios não pararam por aí. No aeroporto, prestes a embarcar, a cabeleireira se deparou com outro obstáculo – o excesso de bagagem. Foi com muito diálogo que a atendente da companhia aérea se condoeu e, por se tratar de um projeto humanitário, deixou ela embarcar sem precisar pagar nada a mais. “Eu viajo muito, mas, pela primeira vez eu não fiz uma mala para mim, eu fiz uma mala para o outro e isso me trouxe uma felicidade muito grande”, relatou emocionada. Cada profissional que participa do projeto é responsável pelos custos de passagens, visto e estadia no local. 

Os professores da caravana Sonhar sem Fronteiras estiveram em Moçambique do dia 06 ao dia 16 de dezembro e os cursos foram ministrados da semana do dia 09 ao dia 13 deste mês. Os profissionais se dedicaram a ensinar informática , corte de cabelo, depilação e artesanato a 71 jovens da aldeia de Muzumuia. Além dos cursos, eles também tinham orientação com a psicóloga Ana Paula de Souza Alves com temas relacionados à sexualidade, autoconhecimento e aconselhamento profissional. Segundo a coordenadora da caravana, Daniela Borges, de São Caetano do Sul (SP), após essa capacitação, os jovens terão oportunidades de trabalho e poderão melhorar a sua qualidade de vida e de seus familiares. “Desde que saímos de Muzumuia já recebi cinco mensagens de jovens que agradecem por ajudarmos eles a sonhar, auxiliarmos nesse caminho de construção de um sonho. E é esse sonho objetivo: ajudá-los a construir algo real e possível. E assim ajudar a comunidade a se desenvolver”, ressaltou.

Participaram desta ação os voluntários: João Borges Valentino e Luiz Henrique Valentino Correa, de São Caetano do Sul (SP); Elaine Valentino e Enrique Valentino da Silva, de Santo André (SP); Andréia Cristina Ferreira Fonseca, de Itaúna (MG); Ana Paula de Souza Alves, de Poços de Caldas (MG) e Paulo César Santos, de Santo André (SP).

“Ensinar para quem tem vontade de aprender é muito gratificante. Foi um presente muito grande que a vida me deu e a Fraternidade sem Fronteiras me proporcionou. Eu ensinei um pouco do que eu sei para eles, mas eu voltei com um aprendizado gigante, é uma felicidade que eu não consigo encontrar palavras para descrever. O que fica é a vontade de fazer mais por eles”, resumiu a cabeleireira Andréia. 

Caravanas da Fraternidade Sem Fronteiras: as viagens são a oportunidade para conhecer de perto as crianças acolhidas, os trabalhadores e o dia a dia nos centros de acolhimento da Fraternidade sem Fronteiras. As caravanas são organizadas para Moçambique, Madagascar e Malawi, na África Subsaariana e Roraima, no Brasil. Para participar é preciso ser madrinha ou padrinho e ter mais de 18 anos; todos os custos da viagem são de responsabilidade do caravaneiro.