Com esse depoimento e alto astral, nossa madrinha Taina Pessoa compartilhou sua história com a Fraternidade sem Fronteiras e como ela reconhece o apadrinhamento como uma missão
Por Karla Silva – estagiária em comunicação da FSF
Nascida em Catarina, município do Ceará (CE) e morando atualmente em Brasília (DF), nossa madrinha Taina Pessoa, compartilhou sua história, alegria e energia durante a sexta live da série “Apadrinhar é amar”.
Casada com Renato Marques, Taina e o marido conheceram a Fraternidade sem Fronteiras em 2019 e ela acredita que esse encontro foi um divisor de águas na vida dos dois. “Quem não é padrinho eu aconselho que conheçam os dez projetos. Eu e Renato somos padrinhos de seis projetos e se a gente pudesse a gente apadrinhava todos. É muito gratificante! A Fraternidade proporciona que a gente vá de encontro ao nosso propósito de vida”, descreve.
Taina conta que antes de fazer parte da família FSF, ela já trabalhava em outros projetos, mas sentia que faltava algo. Ela e o esposo sentiam que precisavam se dedicar mais e partir para uma missão de vida.
“Eu acho que durante uns 12 dias, todo dia a gente acessava o site da Fraternidade pra ficar lendo sobre um projeto, pra poder sentir mesmo se era aquilo que a gente queria no nosso coração”, relembra.
Com essa imersão, Taina sentiu o coração pulsar e os olhos brilharem com a possibilidade de fazer parte de projetos que realmente se dedicam a fazer a diferença na vida de tantas pessoas. “São projetos que realmente existem. Não são aquelas coisas fictícias, não é algo sem fundamento. A gente pode ir lá presencialmente e verificar”.
Com essa energia, ela e Renato apadrinharam o primeiro projeto: Acolher Moçambique. “Os relatos são emocionantes. Quando você vê que é um povo que até a década de 90 vivia em guerra, que a gente chega lá e vê uma realidade de muitos vivendo sem energia, sem água potável. São crianças que estudam embaixo de árvores porque não existe sala de aula. Então, foi isso que tocou o nosso coração e eu tenho um chamado com a África. Alguma coisa comigo que sempre me remeteu para lá”.
O projeto Acolher Moçambique é o primeiro projeto da Fraternidade sem Fronteiras. De lá para cá foram muitas histórias e vivências. Em um ambiente de vivência fraterna, crianças, jovens e idosos são acolhidos com moradia, alimentação, cuidados com a saúde, orientação à higiene, atividades pedagógicas, recreativas e culturais. As primeiras crianças que chegaram ao projeto, hoje são jovens e frequentam a universidade graças ao apadrinhamento, o que lhes possibilita sonhar grande.
Em Moçambique, Taina conheceu histórias de jovens que há 11 anos eram crianças e adolescentes e tornaram-se voluntários no projeto. “Os que estão na faculdade, no contraturno, são ajudantes de professores ou são professores”.
Ela participou da Caravana da Família para Moçambique no início de 2020, uma das últimas caravanas antes da pandemia. Felizes em participar da caravana e com o sentimento de pertencimento.
“É uma vivência única. Quem puder e tiver a oportunidade de vivenciar isso, eu aconselho. É mágico. É 100% se doar ao outro. Você vai estar num local onde ninguém tem telefone, ninguém tem rede social… Você é a melhor pessoa para eles. Você está ali totalmente disposto com o seu amor, com o seu carinho. É, literalmente, uma doação. É um amor que você sente inexplicável”, emociona-se.
Taina entende o apadrinhamento como gesto concreto, materialização do amor. Entende que é um chamado da vida. Uma oportunidade de acolher e ser acolhido com tanta troca de afeto. É se doar ao próximo, ver o seu irmão e não apenas olhar, doar o seu tempo, suas palavras.
“A caravana foi muito intensa, foi muito vivenciada em cada segundo. A gente acordava cedo, dormia tarde, trabalhava duro e conseguimos realizar um bom trabalho junto à Fraternidade, mas o principal é a gente olhar e ver o quanto a gente evoluiu nessa caravana. É muito lindo a gente conseguir ir para uma missão humanitária e extrair de lá o quão pequeno nós somos e o quanto a gente ainda tem por fazer…É tão inexplicável”, resume.
Quando Taina e Renato foram para Moçambique, estavam de casamento marcado e se preparavam para uma celebração inesquecível. Porém, com tudo o que vivenciaram na viagem, repensaram os planos, “A gente voltou da caravana, um olhando para o outro e dizendo assim: será mesmo que vale a pena a gente fazer todo esse investimento com tudo isso que a gente viu? Com toda essa realidade? Eu não sou contra festa de casamento, jamais. Acho lindo! E gostaria muito de ter feito, porém, naquele momento a nossa necessidade era a doação ao outro. A gente voltou de lá vivendo algo tão transformador que isso transformou todo o nosso sonho de casamento em algo maior, que é exatamente o projeto de construção de uma escola nos moldes brasileiros lá, em Matuba (aldeia no interior de Moçambique/África)”, festeja.
Filhos de professores, os casal se perguntou o que poderiam fazer pelas crianças em relação à educação porque acreditam que somente pelo estudo é possível mudar a realidade e conseguir engrandecimento pessoal, assim nasceu o sonho da escola.
Com a mudança de foco, o valor que seria gasto na festa de casamento, foi revertido para a escola. Porém, não seria suficiente para construir esse empreendimento. Então, o casal mobilizou família e amigos, abriram uma vaquinha virtual e transformaram os presentes em doações para a construção, “Já estamos com 65% da meta da nossa escola. E quando eu falo nossa, é uma escola de todo mundo. A gente só teve a ideia e tá ajudando, mas a escola vai ficar lá para todos visitarem, pra todo mundo ajudar, professores de línguas, aulas no contraturno. É algo que a gente vem sonhando e graças a nossa corrente de voluntários e amigos a gente vai poder ajudar”.
Com o apoio da Arquitetura sem Fronteiras (grupo de arquitetos voluntários da FSF), a intenção é construir seis salas de aula, refeitório, banheiros e área de lazer. “Essa região não tem nenhuma escola. As poucas crianças que estudam, vão a uma escolinha de pau a pique ou embaixo da árvore. Vai ser a primeira escola do local”, emociona-se.
Como madrinha, e com a oportunidade de participar de uma caravana, Taina viu na prática o quanto apadrinhar um projeto transforma muitas vidas. O apadrinhamento com a contribuição mensal de R$ 50 assegura a continuidade do trabalho de acolhimento dos 10 projetos da Organização. Atualmente são 21 mil pessoas acolhidas nos 68 polos de trabalho, em 6 países.
“Eu posso dizer, isso é real. Eu estive lá e é bem profundo como isso realmente toca a gente. O fato de você ver uma criança que muitas vezes só tem uma alimentação por dia e a única alimentação que eles têm é essa que a Fraternidade dá e eles agradecem muito a Deus… Eles recebem um prato de comida quentinho e esperam todo mundo receber o alimento, após isso eles fazem uma oração de agradecimento na língua deles e a oração universal, o Pai Nosso. É o Pai Nosso mais lindo que eu já ouvi na minha vida. E, depois desse momento de gratidão, aí eles começam a se alimentar. Primeiro, eles são gratos por Deus dar o alimento a eles e segundo, eles são gratos pela Fraternidade. É de extrema importância que a gente tenha o apadrinhamento como algo que venha do coração”, ressalta.
Com muita alegria, emoção e empolgação, Taina sabe da importância de apadrinhar um projeto, unir forças para permitir que os acolhidos conservem a esperança e continuem a sonhar e deixa um recado para muitos corações.
“Tem algo, tem algum projeto esperando você, padrinho ou madrinha de coração aberto. A gente está de braços abertos, de coração aberto esperando você pra conseguir fazer o melhor pra alguém”, finaliza.
Assista a live na íntegra clicando aqui. As lives são transmitidas pelo Instagram da FSF às quartas-feiras com o objetivo de reforçar a importância do apadrinhamento. Além disso, são uma oportunidade para apresentar os padrinhos e madrinhas que mantêm os projetos da Organização. Também quer participar? Entre em contato com um dos nossos canais de relacionamento.