O depoimento é da madrinha, Gysélle Tannous, durante a primeira live da série sobre apadrinhamento pelo Instagram da Fraternidade sem Fronteiras
Por Karla Silva – estagiária em comunicação da FSF
Madrinha dos projetos “Ação Madagascar”, “Acolher Moçambique” e “Fraternidade na Rua”, Gysélle Tannous – de Campo Grande/MS – ilumina a todos quando fala das experiências de amor que vivencia em cada um deles.
“Eu iniciei sendo madrinha com a Ação Madagascar, em 2017, com a minha primeira caravana pra Madagascar, depois eu comecei a participar do Acolher Moçambique, na área da educação e meio ambiente, aquilo tomou a minha vida de uma forma incrível. Eu aprendi demais com esse projeto! Adiante comecei apadrinhar o projeto Fraternidade na Rua, que começou em Campo Grande e está se espalhando pelo Brasil. Fraternidade é rápida, gente. É ação de amor e ação de amor, flui”.
A alegria e a euforia de Gysélle transcendem o valor financeiro do apadrinhamento. Cada um que decide apadrinhar um projeto sabe da importância da doação material e do poder transformador. Mas, vivenciar a fraternidade e oferecer um prato de comida para cada acolhido que sente fome, tem uma proporção muito maior, “No apadrinhamento está a essência dos projetos da Fraternidade. Passar fome é uma questão tão urgente pra humanidade que nós não podemos ficar somente na filosofia da ajuda. Nós precisamos materializar essa ajuda num prato de comida, arroz e feijão. Quando eu fui pela primeira vez em uma caravana, em 2017, a primeira refeição que eu assisti daqueles milhares de pessoas se juntando para dividir o prato de comida, eu nunca vou esquecer na minha vida. Tomou uma dimensão o apadrinhamento tão gigante na minha vida, porque eu vi que ele evita a morte. Não é faz de conta, não é filosófico”, emociona-se.
Os relatos da madrinha Gysélle foram divididos durante a primeira live, pelo Instagram da FSF, durante a série sobre a campanha “Apadrinhar é amar!”. As transmissões ao vivo começaram na última quarta-feira (07) e tem o objetivo de reforçar a importância do apadrinhar. Além disso, as lives são uma oportunidade para apresentar os padrinhos e madrinhas que mantém e asseguram a continuidade do trabalho de acolhimento dos 10 projetos da Organização. E, cada padrinho, cada madrinha realizam esse movimento de escolha por determinado projeto, porque atendem um chamado do coração.
Vivenciar a urgência em transformar vidas fez Gysélle refletir que essa situação não é distante de nós porque acontece na África. Tão pouco é próxima em razão de que no Brasil há inúmeras pessoas em situação crítica, mas simplesmente porque acontece com nosso irmão e não importa onde ele esteja.
E ela nos convida a refletir também. Como podemos nos movimentar com fraternidade e ir ao encontro de histórias que podem ser transformadas? Como podemos doar e receber essa energia de amor? “A gente retorna da caravana na certeza de que cada centavo se transformou na possibilidade de ajuda concreta. Na alimentação, higiene, na água… Eu sei que nós temos muita dor de fome no Brasil, porém, o que eu vi em Madagascar é sem parâmetros. A água que chega é por meio da Fraternidade porque compra água em caminhão pipa. Conseguimos colocar consultório odontológico na ilha, o trabalho educacional belíssimo da FSF, a Cidade da Fraternidade com casas pra quem morava em tocas. É um trabalho tão maravilhoso que apadrinhar é uma coisa abençoada. É uma alegria conhecer essa ação!”.
No Brasil, ela acompanha bem de pertinho o projeto Fraternidade na Rua, em parceria com a Clínica da Alma, não só com o apadrinhamento, mas também atendendo as pessoas em situação de rua, “Acredito que todos nós nos tocamos de ver um irmão deitado na calçada, mas é difícil a gente descer do carro, é difícil a gente tocar nesse irmão, é difícil a gente conversar com ele olhando nos olhos. A gente pensa que aquela pessoa está ali por opção própria ou por uma questão de menor valia como ser humano. E não é assim. O que o Fraternidade na Rua tem feito em termo de resgate é uma coisa maravilhosa!”
De cada caravana, cada experiência, cada história transformada, Gysélle acolhe no coração um aprendizado, “Talvez o que mais me marcou de tudo e que me fez trazer uma bagagem gigantesca foi ver o compartilhamento que as pessoas fazem com o que recebem. Aquelas crianças com toda a vivência da fome, o esperar dois, três dias pra comer, quando recebem o alimento elas compartilham entre elas. Se tiver um pratinho só e 20 colheres, cada um vai dar uma colherada e esperar o outro comer. Esse compartilhamento é de uma forma tão linda! Não adianta só um se alimentar. Todos temos que nos alimentar”.
Para ela, apadrinhar é amar, é um exercício fraterno e diário, “Quando eu apadrinho ou amadrinho, eu trago para a minha vida a energia de amor. Eu entrego a vida de uma pessoa a energia de amor. A nossa possibilidade de trocas humanas está na empatia. Eu preciso me colocar no lugar do outro para entender o que ele precisa. E podem ter certeza, volta, volta muito mais do que você vai dar em termos de energia, de amor, de calor, de afeto, de bênçãos pra vida da gente. Quando a gente acredita na humanidade, a gente acredita muito mais em si mesmo. No nosso próprio potencial de transformar e de fazer as coisas acontecerem. A gente se fortalece. Apadrinhar é uma transformação gigantesca”, finaliza.
Para ver a série Apadrinhar é Amar com o relato da nossa madrinha, clique aqui.