Um dos valores que permeiam as ações da Fraternidade sem Fronteiras são os processos sustentáveis, que pode ser entendido de duas formas: a preocupação com a preservação do meio ambiente em suas práticas diárias, mas, também, como uma forma de gerenciamento em que todas os projetos possam ter bons resultados e a continuidade garantida no futuro. O exemplo vindo da Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, em Campo Grande (MS), diz a respeito à segunda interpretação, pois, dois de seus alunos garantiram vagas no curso de Música pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Os alunos, Lívia Almeida Canela, violoncelista, e Pedro Arthur Paroba Lopes, contrabaixista, ambos de 17 anos, estão há quatro na Orquestra e contam que os ensinamentos musicais recebidos nesse tempo foram fundamentais para a aprovação e essa é uma oportunidade de amadurecer suas habilidades e ampliar as perspectivas de futuro.
Por influência da família e da igreja que frequenta, Lívia cresceu em um ambiente musical e, de acordo com a própria jovem, isso foi determinante para que seu talento também ficasse perceptível. A escolha pelo violoncelo veio depois: a partir de seu ingresso na Orquestra, ela teve a oportunidade de conhecer melhor esse instrumento, que passou de admirado para seu companheiro de vida.
“Eu admirei o instrumento, achei ele muito bonito, mas, até então, eu não tinha muito contato com violoncelo. Conforme fui tendo aulas com os professores da Orquestra, descobri que é o que eu quero tocar, tanto solo como em conjunto. Não me imagino tocando outro instrumento”, explica Lívia.
Quatro anos de muita dedicação resultaram em seu ingresso no ensino superior, conquista mais que merecida e comemorada por todos, tanto pela família quanto pelos membros da Orquestra. Segundo ela, a escolha do curso já estava certa:
“Acho que música me define, então, essa escolha foi importante e foi bem decidida. Sempre tive vontade de encontrar uma coisa que eu realmente quisesse fazer, e encontrei: posso afirmar com toda certeza que a música é o que eu sou”, ressalta.
Na certeza de que colherá os frutos de seu esforço e dedicação, ela traça objetivos maiores e diz que esse é apenas o início do seu sonho de ser uma grande musicista.
“Eu acredito que meu sonho de ser uma musicista está só começando, a universidade foi a primeira porta que se abriu pra mim e acredito que muitas outras vão se abrir com muito esforço e o apoio de todos os amigos, professores e minha família”.
A escolha de tocar contrabaixo não foi tão fácil para Pedro, que conheceu a Orquestra por meio de sua mãe e em sua primeira visita ao local de ensaio, sentiu vontade de participar do projeto.
Quando ingressou, seu instrumento era o violino, depois tentou o violoncelo, mas foi no contrabaixo que se
encontrou. Agora, no ensino superior, pretende ter composições próprias e aprimorar seus conhecimentos para conseguir construir sua vida por meio da música.
“A universidade pode abrir os horizontes e dar uma visão mais ampla do mundo da música. Eu quero trabalhar com o que gosto e admiro muito o trabalho do maestro Orion e dos meus professores, então, pretendo transformar isso em meu trabalho também.”
E um detalhe muito importante e que torna tudo mais especial para Pedro: dia 11 de junho ele completa 18 anos e, também, mais um que está na Orquestra. Segundo ele “é o melhor presente de todos.”
Em todas suas ações, a FSF busca dar condições para que todos os acolhidos tenham a oportunidade de ampliar suas perspectivas de futuro e histórias como a de Lívia e de Pedro concretizam a certeza de que todos que fazem parte desse movimento de amor estão no caminho certo.