“Sei que a jornada é difícil, mas também sei que encontrarão felicidade pelo caminho”
Em junho de 2018, a história de Joselin Ruth Garcia e Kelvin Nazareth Mejias Vasquez cruzou com a da Fraternidade sem Fronteiras (FSF), por meio do projeto Brasil, um coração que acolhe. Contamos aqui no blog a jornada da família venezuelana que foi acolhida pela FSF em Boa Vista/RR e chegou até Belo Horizonte/MG, através do coração disposto e tocado da voluntária Lídia Prata, que os conheceu durante uma caravana de psicologia para o projeto.
De uma ligação forte e verdadeira, nasceu uma chance real de recomeço. Hoje nos reencontramos com Joselin e Kelvin, independentes, adaptados, e podendo, eles próprios, estender as mãos para seus irmãos. “Lídia nos ajudou. Compreendeu o que estávamos passando e em nenhum momento nos julgou. Ela nos deu todo o apoio… tem um bom coração, nos ajudou com documentação e nos deu atenção. Em tudo ela esteve lá por nós”, conta Joselin.
Quando foram interiorizados, a família composta pelo casal e seus dois filhos, um menino de 2 anos e uma menina recém nascida, receberam o apoio de Lídia e sua família. Kelvin logo começou a trabalhar em um posto de gasolina, emprego que ele mantém até os dias de hoje; e Joselin cuidava exclusivamente das crianças. Agora, ela trabalha com carteira assinada no mesmo posto de gasolina do marido, com horários flexíveis, enquanto as crianças ficam na escola no período integral. “É muito bonito perceber que eles só precisavam de uma oportunidade e quando ela foi dada, eles conseguiram virar essa página e caminhar com muita esperança”, fala a acolhedora Lídia Prata.
O primeiro local que moraram, foi um apartamento bancado exclusivamente por Lídia. Porém, com nove meses de interiorização, a família já conseguia se manter. “Eles estão morando em uma casa que alugaram há três meses, mas estão 100% independentes há algum tempo. O Kelvin trabalha no mesmo lugar desde que chegou à Belo Horizonte/MG e segundo seu chefe, ele tem grandes chances de ganhar uma promoção”, comenta Lídia.
Para Joselin, o processo de interiorização fez toda a diferença na vida da sua família, que hoje consegue olhar o Brasil como um lar. “Graças a Deus e a muitas pessoas especiais, nossa vida deu um giro de 180°C. Em Belo Horizonte, as pessoas foram sempre muito carinhosas e amáveis, tudo é diferente. Estamos felizes”, comenta ela.
O caminho até aqui foi trilhado com muita determinação e empatia, possibilitando que o projeto crescesse e se desenvolvesse, estando apto para acolher com qualidade mais e mais venezuelanos. “Sinto muita gratidão por participar desse movimento. Algumas dificuldades que observei que eles tiveram no início, me fizeram entrar em contato com outros acolhedores e juntos, criamos um processo de adaptação cultural que está sendo transformado em uma apostila, que será colocada em prática na caravana de outubro agora, em Boa Vista/RR”, conta Lídia Prata, que acrescenta: “sabemos que ainda haverá certas dificuldades para eles ao se adaptarem a uma cultura diferente, mas queremos que seja mais simples do que foi para os primeiros interiorizados”.
A esperança sempre foi o sentimento que moveu a Fraternidade sem Fronteiras em suas frentes de trabalho. Esperança de que, por mais difícil que o caminho se apresente, nós estaremos juntos na construção desse mundo que sonhamos.
A família de Joselin e Kelvin é a personificação dessa esperança: de que é possível sim, transformar vidas ao estendermos as mãos. Já o coração de Lídia, é a personificação da força que existe em todos nós, que estamos unidos nesse movimento de fraternidade.
“Aos meus irmãos venezuelanos que estão lutando por uma vida melhor no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, desejo que estejam seguros de que há esperança e de que tenham fé que tudo valerá a pena. Sei que a jornada é difícil, mas também sei que encontrarão felicidade pelo caminho”, conclui Joselin.
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Saiba mais sobre o projeto, clicando no banner abaixo. Participe também de nossa caravana com destino a Boa Vista/RR, clicando aqui.