O Fraternidade na Rua é o resultado da junção de diferentes crenças e diferentes mentes com um objetivo em comum: o amor sem fronteiras.
Para vencer um dos maiores desafios sociais da atualidade, a dependência química, a ONG Fraternidade sem Fronteiras e a Clínica da Alma MS se uniram e lançaram na quarta-feira (25) da semana passada o projeto que tem como objetivo acolher, tratar e reintegrar à sociedade pessoas que sofrem com o vício das drogas. O Fraternidade na Rua será mantido pelo sistema de apadrinhamento, doações e mobilização de voluntários sensíveis a causa.
O lançamento aconteceu na sede da FSF em Campo Grande/MS e contou com a presença dos coordenadores, voluntários, amigos e padrinhos dessa iniciativa.
“Tivemos a alegria e a honra de conhecer o trabalho sério do Pastor Milton”, contou o presidente e fundador da Fraternidade sem Fronteiras, Wagner Moura, ao falar sobre o início dessa parceria. “É uma honra para nós sermos instrumentos e multiplicadores desse trabalho que já existe desde 2007.”
Marcelo Mesquita é um empresário que já se dedicou voluntariamente à recuperação de dependentes químicos, em São Paulo, onde morou. Aqui em Campo Grande, ao participar de um almoço de natal na região da antiga rodoviária, se aproximou novamente da causa ao perceber a necessidade existente na região. “Sempre quis fazer mais por essas pessoas que sofrem com o vício das drogas, mas muitas das vezes nos sentimos impotente. Foi aí que pensamos em procurar uma instituição séria que pudesse fazer esse trabalho de forma honesta e com amor”, contou ele, que completou, “foi nessa procura que chegamos até a Soraia e ela nos levou até o Wagner. Eu e minha esposa fomos só uma sementinha”.
Soraia Monteiro, coordenadora do projeto, explicou que o trabalho é oriundo de uma antiga parceria com a Clínica da Alma. “A principio a Fraternidade fará toda a captação de recursos, tanto financeiro através do apadrinhamento, como também recursos pedagógicos, porque essas pessoas ficarão internadas por 9 meses e a partir do oitavo mês já começa a ressocialização”, contou ela. Parcerias estão sendo buscadas para que os residentes possam sair da clínica com pelo menos um curso profissionalizante no curriculum, prontos assim para mudarem de vida.
Com mais de 25 internações para contar, Rodrigo Morais, hoje com 38 anos, foi um dos primeiros residentes da Clínica da Alma. Mais de 10 anos já se passaram e o vinculo e a gratidão continuam vivas. “O Pr. Milton me encontrou e eu passei a morar dentro da igreja com mais alguns rapazes. Ali foi o começo da Clínica da Alma”, contou ele. “Hoje sou casado, tenho uma filha de 3 anos e ainda faço parte desse projeto que tanto me ajudou. Precisamos estar sempre evoluindo, sempre renunciando, sempre ouvindo as pessoas a nossa volta que nos ama e quer o nosso bem. Deus já colocou no nosso DNA essa capacidade de vencer”, finalizou ele.
Para o pastor Milton, fundador e presidente da Clínica, o Fraternidade na Rua significa um próximo nível na história do lugar conhecido por ajudar a recuperar esses homens e mulheres que a sociedade finge não ver. “Esse projeto significa um novo caminhar para a vida de muitas pessoas que estavam perdidas. Essa é a essência desse trabalho: acolher, ensinar, trazer novos frutos para a nossa sociedade”, refletiu ele.
“Precisamos acolher mais pessoas, construir a Clínica da Alma feminina que ainda está em um local alugado, mais a manutenção das pessoas já acolhidas. Então, a Fraternidade sem Fronteiras lança o apadrinhamento desta causa. Seremos o ponto de captação de recursos para que a Clínica da Alma continue fazendo o trabalho maravilhoso que já faz”, concluiu Wagner.