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Razana, 1 ano e 2 meses: 4kg

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“Eu atendi a Razana no domingo, dia 08 de julho. A mãe trouxe sem nenhuma queixa urgente, mas a equipe de triagem logo identificou que se tratava de uma desnutrição aguda. 1 ano e 2 meses, pesando 4 kg. Alimentava-se 3 vezes ao dia apenas com arroz e água. A mãe tentava amamentar, mas já sem leite. Razana estava estável apesar do quadro nutricional muito grave e por isso, não foi hospitalizada. Iniciamos protocolo para desnutrição aguda, com medicações e fórmula para primeira semana de desnutrição. Está em acompanhamento diário.”
Relato da médica caravaneira Fabiana Maria da Silva, que atendeu a menina Razana no último domingo.

Com uma semana de tratamento, Razana já engordou 1kg. A fórmula, criada pela nutricionista voluntária e caravaneira da FSF, Claudete Chiapinni, é um composto de leite em pó, óleo, açúcar, sal, polivitamínicos e zinco, que a criança precisa ingerir 1 litro por dia. Essa fórmula é dada para a família que prepara em casa. Tudo isso somado a alimentação em forma de papa que também é fornecida pelo centro de acolhimento da Fraternidade sem Fronteiras, uma vez ao dia.

“Percebemos que a mãe da Razana é muito dedicada. Ela realmente só não tinha o que dar de comer para a filha. Hoje porém, ela cuida, prepara a fórmula, alimenta, traz aqui todos os dias, está bem preocupada”, conta a médica Fabiana, que continua “percebemos que ela vai se recuperar logo, foi uma evolução muito boa”.

“Todos os caravaneiros aqui da equipe ficaram muito felizes com a recuperação da Razana, principalmente por poder presenciar a diferença que a Fraternidade sem Fronteiras pode fazer na vida dessas pessoas. Vimos que funciona, vimos que a FSF mudou a vida dessa criança que poderia morrer em alguns meses. Tudo isso por um padrinho que fez uma doação de R$ 50”, analisa Fabiana.

Em Madagascar, mais de 53% das crianças sofre de desnutrição aguda ou severa. Essa realidade triste e urgente fez com que a FSF implantasse, além de seus dois centros de acolhimento, uma pequena estrutura na aldeia de Androhondroho, que servirá como ponto de distribuição de alimentos e consultas médicas.
Enquanto isso, na Cidade da Fraternidade, construída em seis meses e inaugurada agora em julho, uma médica de família ficará disponível para cuidar das 500 pessoas acolhidas, mais os acolhidos no Campo da Paz. “Apesar da imensa alegria em vermos a inauguração da Cidade da Fraternidade e de tornarmos permanentes as ações em saúde na região, sabemos do imenso desafio que temos pela frente. Mais uma vez, vamos precisar de muitos corações unidos em trabalho pela Fraternidade Sem Fronteiras”, explica Janaine Camargo, médica responsável que desembarca na ilha em agosto deste ano.

Situações como essa, comuns em Madagascar, partem nossos corações e nos enchem de esperança, ao mesmo tempo.
Ainda há tanto para se fazer, ainda há tanto para se conquistar e mudar. Estamos no caminho certo!
Razana e Ângelo são exemplos de que uma pequena ação pode mudar uma história.
Seu amor possibilita a continuidade de uma vida e a sua doação possibilita a continuidade
dessa corrente fraterna! 

 

 

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