Madagascar. 1ª caravana humanitária
Já está em solo africano a primeira caravana que saiu do Brasil para o sul da ilha de Madagascar. Os 22 voluntários da saúde que chegaram lá vão levantar a real situação das famílias que vivem em sete aldeias da Província de Ambovombe: peso, medida, avaliação médica. Na bagagem, eles levaram uma imensa vontade de ajudar.
“Vamos fazer toda avaliação de peso, altura e diagnosticar os casos mais graves de desnutrição, em que a dieta tem de ser restrita”, explica o médico caravaneiro de Campo Grande (MS), Marcelo Cury. A primeira medida a ser tomada num caso assim é de soro caseiro para a reidratação oral.
Com registro em mãos será possível acompanhar os índices de evolução na data da próxima caravana da saúde. A estimativa é de atender 3 mil pessoas, lembrando que diferente de Moçambique, o idioma é o francês.
O trabalho vai precisar de um amparo médico maior na questão de vacinas, além de ensinar os cuidados de higiene básicos, sempre dentro do contexto em que vivem essas famílias.
“Não sabemos exatamente o que vamos encontrar. Como ensinar uma criança que às vezes não tem água para beber a escovar os dentes? Vamos fazer essa avaliação do ambiente”, detalha a médica e caravaneira de Santos (SP), Angélica Bogatzky Ribeiro.
Tanto Angélica quanto Marcelo já estiveram em caravanas da saúde que tinham Moçambique como destino. “A gente pensa que vai encontrar uma situação muito triste, mas chega nos lugares e as crianças são muito felizes. Não nos deparamos com tristeza no olhar e sim com crianças e adultos profundamente agradecidos”, sente Angélica.
Em Madagascar, a lição pode ser ainda maior. “Você sai de casa achando que vai fazer alguma coisa, quando chega lá e é você quem aprende o valor da fraternidade, do amor e do agradecimento”, completa a caravaneira.
Madagascar Fome e Sede – O cenário árido de um solo que clama por água para viver e dar vida aos seus habitantes foi palco de uma das piores secas já registradas no mundo. Números da ONU estimam que 850 mil pessoas estejam em situação de insegurança alimentar aguda. Ou seja nem água, nem comida.
Em fevereiro, a primeira ida da Fraternidade traçou um panorama de por onde começar e, de imediato, levou alimentos aos pratinhos que há muito não viam comida e caminhões pipa com água para beber, cozinhar e também tomar banho.
Com ajuda dos padrinhos que abraçaram a causa “Madagascar Fome e Sede”, uma ação emergencial, a Fraternidade conseguiu levantar duas bases de apoio alimentar e ainda o centro de acolhimento. Uma casa alugada, onde funciona a sede da Fraternidade Sem Fronteiras em Madagascar, que no primeiro sinal de reforma, começou a receber crianças que ficavam sabendo das boas novas. Ali eles teriam comida e água.
Não teve como ser diferente. A Fraternidade apressou as adequações para dar suporte e passou a assistir 180 crianças. Com a caravana, a ajuda humanitária será ampliada.
Os voluntários da caravana da saúde ficam até o dia 14 de junho em Madagascar. Diarimente, a Fraternidade posta no Facebook as ações que estão sendo desenvolvidas lá. Acompanhe e vibre com a gente.