Esta é a definição da madrinha Ileuza Elias sobre a importância de abrir os braços para o próximo
Por Karla Silva – estagiária em comunicação FSF
De início, ao contar como conheceu a Fraternidade sem Fronteiras, a empresária e madrinha, Ileuza Elias, mineira de Lajinha (MG), nos convida a refletir sobre o que é possível fazer com o pouco, ou pelo menos com o que achamos ser pouco, para doar.
“Eu conheci a Fraternidade sem Fronteiras em um evento no estado do Espírito Santo por meio da Helena Artiaga. Ela estava apresentando a FSF e uma campanha de arrecadação de escovas de dente para Moçambique (África). Eu me lembro que no intervalo, eu fui ao banheiro e olhei na carteira e falei: nossa eu não tenho quase nada de dinheiro, o que eu vou doar para essa campanha? Eu peguei o que eu tinha e doei. Passou alguns dias, ela me mandou uma foto do que ela havia comprado com aquela pequena doação que eu havia feito. Aquilo me tocou profundamente porque eu tinha tão pouco e ela me mandou uma foto com um monte de escovas de dente e eu me senti muito parte daquilo que ela estava acontecendo”, revela.
Depois dessa experiência de fraternidade, não foi difícil para Ileuza escolher um projeto para apadrinhar: Acolher Moçambique.
“Quando eu me tornei madrinha eu não imaginava o que estava por vir. Você quer fazer parte de algo e não tem dimensão do que é e do tamanho. Eu comecei a perceber que era algo muito maior do que eu. Era sair do papel de espectador e participar de um propósito”.
Com o apadrinhamento, veio a oportunidade de participar das caravanas. Em 2018, Ileuza foi para Moçambique (África) e Boa Vista (RR) e, em julho deste ano, nossa madrinha participou da Caravana Emergencial de Saúde para Manaus (AM). “A caravana é um movimento que não para. Você entra nesse fluxo e não quer mais parar”, diverte-se. “As caravanas trazem pra gente uma felicidade, uma plenitude além do que qualquer prazer material experimentado nesta vida”, emociona-se.
Durante a caravana em Moçambique, Ileuza viveu mais um momento de aprendizado ao conhecer uma senhora cega chamada Sebastiana, que recebe alimentação da Fraternidade sem Fronteiras pela força e comprometimento dos padrinhos. A senhora plantava amendoim para sustento e ao receber os caravaneiros, sem comida para oferecer às visitas, colheu um punhado de amendoins e serviu a eles. Era a única coisa que ela tinha para oferecer. Essa atitude tocou o coração da madrinha.“Eu olhei e falei: Mas, dona Sebastiana, é a única coisa que a senhora tem aqui! E ela respondeu: ” Mas, vocês são todos meus filhos! É aquele compartilhar o que tem, é não esperar ter para poder fazer. É fazer com o que se tem”, emociona-se
No depoimento da experiência vivenciada, confirmamos a importância e a força do apadrinhamento. Com o apoio financeiro é possível levar o alimento, mas também, dignidade, esperança, acalanto. A contribuição mensal de R$ 50 assegura a continuidade do trabalho de acolhimento dos 10 projetos da Organização. Apadrinhar é manter acesa a chama do amor dentro dos corações dos acolhidos e padrinhos.
“Não é o ter que vai te fazer apadrinhar uma causa. Não é o ter que vai determinar se você vai ajudar ou não. É você dividir o que você tem”, e acrescenta, “A partir do momento que você se torna um padrinho ou madrinha da Fraternidade sem Fronteiras, você sai daquele papel de ficar esperando que algo aconteça para que o mundo se torne melhor. Você está, literalmente, fazendo parte desse mundo que você quer que se transforme em um lugar melhor. A Fraternidade sem Fronteiras te tira desse conforto de ficar como espectador, esperando que algo aconteça e te coloca nessa caminhada porque já existem os projetos. Você entra no propósito da Fraternidade, caminha com ela na construção de um mundo melhor”.
E, construir um mundo melhor inclui também construir poços artesianos, por que não? Durante a caravana para a África, nasceu o projeto ‘Águas para África’, apesar das dificuldades e do custo, a união fez a força e, em três meses, foi possível arrecadar o valor de R$ 100 mil e construir o primeiro poço.
“Assim é a Fraternidade. Ela estende os braços para tantas causas, tantas pessoas… E vão chegando padrinhos e madrinhas que vão abraçando e vai formando um verdadeiro exército do amor, um exército do bem. Por isso eu não tenho dúvidas de que apadrinhar é amar. Apadrinhar é evoluir”, afirma.
E, caminhando juntos, abrindo os braços, Ileuza conta que ao voltar de Moçambique, acolheu a primeira família de refugiados migrantes venezuelanos. Em todos os casos de acolhimento, várias histórias poderiam ser compartilhadas, mas uma em especial, a impactou.
“Em todos os casos teria muita coisa linda para contar, muito aprendizado. Mas, uma delas foi uma família que eu fui buscar no aeroporto de Vitória (ES). Como era uma família muito grande não dava para pagar a bagagem de todo mundo porque encarece a passagem e tudo é doação. Então, eles tiveram que abrir mão de muitas coisas. Quando eu cheguei lá, a moça estava com uma máquina de costura na mão. Ela deixou para trás coisas básicas e trouxe uma máquina de costura! E eu falei para ela: Por que você decidiu trazer a máquina? E ela: porque com a máquina eu consigo trabalhar, eu consigo ganhar dinheiro para ajudar minha família. Aquilo me tocou muito: ela ter se preocupado em trazer algo que ela pudesse trabalhar”.
A oportunidade de ajudar os irmãos venezuelanos inspirou Ileuza a tornar-se madrinha do projeto Brasil, um coração que acolhe.
“Com todas as caravanas, com todas as pessoas, o que eu tenho aprendido, o que eu tenho vivido na Fraternidade sem Fronteiras é que a felicidade é uma escolha individual. Ela não está no que nós temos, no que nós somos. Ela está naquela decisão interna de ser feliz onde estamos”, finaliza.
Assista a live na íntegra clicando aqui. As lives são transmitidas pelo Instagram da FSF, às quartas-feiras com o objetivo de reforçar a importância do apadrinhamento. Além disso, são uma oportunidade para apresentar os padrinhos e madrinhas que mantêm os projetos da Organização. Também quer participar? Entre em contato com um dos nossos canais de relacionamento.