Por Viviane Freitas – Assessoria FSF
A Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF) recebeu na sede, em Campo Grande/MS, a embaixadora da Venezuela María Teresa Belandria, em uma reunião durante a visita dela à capital Sul-mato-grossense. A ocasião se deu na noite da última quarta-feira (19) e reuniu seis entidades que fazem trabalho de acolhimento aos venezuelanos, entre elas, a FSF.
Durante a reunião, a embaixadora agradeceu pelo trabalho desenvolvido por cada entidade e aproveitou para ouvir as sugestões para a melhoria de ações voltadas aos venezuelanos. Um dos pontos levantados foi a dificuldade para a regularização dos documentos dos migrantes e refugiados, no qual a embaixadora apresentou uma novidade: o registro consular digital – um documento reconhecido pelo Brasil e que permite a regularização do venezuelano em território nacional.
“Modificamos o nosso site e, a partir de agora, é possível que venezuelanos obtenham, pela internet, este documento de forma automatizada e gratuita”, explicou María Teresa Belandria. E acrescentou: “É um documento legal, legítimo e reconhecido no Brasil”.
Participaram da reunião representantes da Fraternidade sem Fronteiras, da Defensoria Pública da União, Secretaria Municipal de Assistência Social, Representante e professor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Associação Civil dos Venezuelanos e Pastoral da Igreja Católica. Juntos, puderam apresentar as experiências, dificuldades ao atendimento aos venezuelanos e sugestões de melhorias para agilizar o acolhimento e apoio aos migrantes e refugiados em Mato Grosso do Sul.
No Brasil, de acordo com dados da embaixada venezuelana, pelo menos 500 mil venezuelanos passaram pelo país nos últimos três anos, deste total, aproximadamente 300 mil estão morando no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, 3517 venezuelanos foram interiorizados em 17 cidades do estado, sendo em Dourados – 2538 e em Campo Grande, 488.
A Fraternidade sem Fronteiras trabalha com acolhimento e interiorização dos venezuelanos desde 2017 com o projeto Brasil, um coração que acolhe. A partir deste mês, foi implantado um ponto focal de interiorização em Campo Grande.
A interiorização é o deslocamento coordenado dos venezuelanos a outros estados do Brasil, com objetivo de oferecer melhores condições de recomeço de vida e desafogar os abrigos que se encontram lotados em Boa Vista – Roraima, principal local de chegada e permanência dos venezuelanos ao Brasil.
O Responsável pelo Ponto Focal de Interiorização da Fraternidade sem Fronteiras e membro do Núcleo Regional de Interiorização (NURIN) de Campo Grande, Luís Guilherme Alves, explica que a abertura do núcleo na capital de Mato Grosso do Sul irá auxiliar na introdução dos venezuelanos na sociedade. “Iremos mapear os locais, acompanhar os venezuelanos que estão espalhados pelo Estado, buscar vagas de empregos e criar novas as redes locais para trazê-los para cá”, finaliza.
Sobre o Brasil, um coração que acolhe – Atualmente o projeto conta com cinco frentes de trabalho, sendo a coordenação de 2 Centros de Acolhimento em Boa Vista – RR (São Vicente 2 e Espaço Emergencial 13 de Setembro) e do Centro de Capacitação e Referência na cidade de Pacaraima – RR, além do espaço de Apoio e Referência em Manaus – AM. Desde 2018, já foram feitas mais de 1 mil interiorizações de venezuelanos para outros estados brasileiros.
Sobre a Fraternidade sem Fronteiras- A FSF é uma Organização humanitária e Não-Governamental, com sede em Campo Grande (MS) e atuação brasileira e internacional. A instituição possui 68 polos de trabalho, mantém centros de acolhimento, oferece alimentação, saúde, formação profissionalizante, educação, cultivo sustentável, construção de casas e ainda, abraça projetos de crianças com microcefalia e doença rara. Todos os trabalhos são mantidos por meio de doações e principalmente pelo apadrinhamento. Com R$ 50 mensais é possível contribuir com um projeto e fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.fraternidadesemfronteiras.org.br.