Por: Giovanna Percio/estagiária
O coração inquieto e a vontade de evoluir como ser humano trilharam o caminho do servidor público Fábio Sarno dos Santos, 40, até a Fraternidade sem Fronteiras (FSF), ainda em 2017. O encontro, que surgiu como um acaso, pela curiosidade de uma camiseta colorida e um símbolo diferente, despretensiosamente se tornou um ideal de vida, e de felicidade. “Tem alguma coisa de especial nessa mãozinha. Pelo nome na camiseta encontrei o site, e me apaixonei.” Foi assim, pela mão que une todos os projetos, que Fábio chegou até a corrente de amor “Eu procuro sempre novas formas de evoluir pessoalmente, e busco ferramentas para isso em personalidades que admiro, foi em um vídeo de Rossandro Klinjey que encontrei a ONG.” relembra.
A conexão foi forte e imediata, no primeiro acesso ao site veio a necessidade, ainda como semente, de se inscrever em uma caravana à África. “Como 99% da população eu tenho ansiedade, então,assim que vi tudo aquilo fiquei deslumbrado e quis entrar em contato. Eu brinco que estava inscrito na caravana antes mesmo dela existir, porque a logística era outra, esperei quase dez meses até embarcar para Moçambique.” relatou descontraído.
Regada com muito amor e dedicação, a semente germinou em tantos frutos que em 2020 Fábio embarca para mais duas caravanas: a primeira nacional, para o Projeto Fraternidade na Rua, em junho, e a outra, em outubro, com destino ao Campo de Refugiados Dzaleka, em Malawi.
“A primeira caravana que fiz parte foi em junho de 2018, à Moçambique, depois participei da caravana do IPESQ – Amor sem Dimensões, visitei a Clínica da Alma – Projeto Fraternidade na Rua, e em outubro de 2019 fui caravaneiro em Canudos – Retratos de Esperança. Finalizei o ano no Senegal – Chemin du Futur, em novembro.”
Retratos de fraternidade
No Sertão da Bahia o cenário devastado pela seca mostra que, talvez, não estejamos tão distantes da realidade que amedronta as aldeias africanas; pobreza extrema, falta de assistência e fome, marcam por décadas a história dos municípios do Estado. A esperança por um futuro melhor chegou em 2017, com o Projeto Retratos de Esperança, mais um abraço da Fraternidade sem Fronteiras, e destino da quarta caravana de Fábio.
Os caminhos, que pareciam seguir paralelos, viraram um só e, juntos, refletem a esperança e o amor cultivado em cada canto do mundo. A filosofia africana Ubuntu “Eu sou porque nós somos”, foi um ensinamento tão fiel aos valores da FSF que tomou conta não só de um, como todos os outros projetos.
“A união, e a solidariedade, é natural das pessoas na África. Esta é a real filosofia Ubuntu, eu vi e vivi na prática. As pessoas que quase não têm nada, ainda dividem o pouco que têm de forma natural, não é por imposição, vem deles espontaneamente, a vontade de repartir. Mesmo ainda estando em necessidade.” refletiu o servidor.
O que me faz feliz?
Quando questionado sobre o porquê de tantas caravanas e tanta dedicação aos projetos da Fraternidade sem Fronteiras, Fábio responde prontamente: “É o melhor momento da minha vida, não tem como não querer sempre mais.” e continua “Eu sou um ser humano em autodescobrimento, tentando melhorar, e pra isso preciso me conhecer. Agora mesmo estava refletindo “O que me faz feliz?” e eu percebi, com auxílio de alguns estudos da psicologia, o quão feliz eu sou em programar e, ainda mais, viver uma caravana.” finalizou.
Os primeiros capítulos desta história estão completos, mas o livro, se depender de Fábio, está longe de acabar “A verdade é que o melhor final de semana do ano para mim é o Encontro Fraternidade sem Fronteiras, e as minhas melhores viagens são as caravanas, virou uma necessidade como respirar. Então não pretendo parar.” declarou.