5º Poço na região de Chicualacuala
Na região onde a chuva se faz ausente há 13 anos, perfuração de poço chega como presente para comunidade.
A água que transforma e torna sonhos realidade. Na região de Chicualacuala, quinto poço perfurado é sinal de festa na comunidade. Onde chuvas significativas não ocorrem há 13 anos, muitas das crianças e adolescentes que vivem lá nunca viram água cair do céu. Por muito tempo, famílias migravam de uma região para outra tentando tirar água do solo através dos furinhos feitos artesanalmente, mas que já não traziam o bem mais precioso. É a região mais afetada pela seca. A Fraternidade sem Fronteiras está perfurando 10 poços nas aldeias de Moçambique.
“O poço perfurado pela Fraternidade, como o nome já diz, não tem fronteiras. É para todos sem olhar o estado social, religioso e político, atende a quem precisa”. As palavras são de um dos colaboradores da FSF: Armando Banze. Aos 34 anos, ele acompanha o trabalho em Moçambique desde as primeiras crianças acolhidas.
Por si, Armando não sofre com a falta de água, mas sente o que tantos passam na pele. “A comunidade passava horas e horas procurando esse líquido precioso em leito de rio seco. Mulheres e crianças tinham que revezar para fazer o banho e passavam dias sem saber o que era colocar água no copo”, narra Armando.
Os pequenos furos feitos pelas famílias atingiam, em média, cinquenta centímetros. Bem rasos, revelavam uma água muitas vezes imprópria para o consumo. E o que antes envolvia quilômetros de caminhada, agora tem outro cenário. “Graças a este movimento do bem, a comunidade agora, tem água limpa”, comemora o colaborador.
Nas imagens da “inauguração” do poço aparecem representantes da comunidade e crianças já usufruindo da água. “Elas podem inclusive voltar a se desenvolver, retornar para o seio da escola”, analisa. Os frutos a serem colhidos a partir do poço são inúmeros, mas tem como destaque garantir a sustentabilidade das famílias, que podem começar a plantar alimentos. Passo que será dado logo adiante.
Os primeiros centímetros de perfuração foram os mais desafiadores. Armando, testemunha de todo esse trabalho, relata que, de acordo com estudos geofísicos, depois de se chegar em um lençol de água, era preciso atravessar mais rochas até alcançar o líquido que fosse próprio para consumo.
Durante um ano e meio, famílias escutavam com muita esperança a notícia de que a busca pelo tesouro estava sendo feita incessantemente.
“Se falava sobre a procura deste líquido precioso e hoje eu fico grato por ser aquela pessoa que os demais acreditam que juntos fazemos a diferença”, encerra Armando.